A recente perseguição enfrentada pela jornalista Paula Litaiff após a defesa de sua dissertação de mestrado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tem gerado indignação em diversos setores da sociedade. A pesquisa acadêmica, que abordou a resistência das mulheres indígenas no Parque das Tribos, em Manaus, foi aprovada com destaque por sua relevância política, social e cultural.
Sob a orientação da professora Iraildes Caldas Torres, a dissertação “A luta pela conquista do poder feminino no Parque das Tribos: o corpo da mulher indígena como território de resistência” mergulha nas estratégias de enfrentamento de lideranças femininas que, mesmo à margem das estruturas de poder, reafirmam seus corpos e territórios como espaços de dignidade e transformação.
Desde a divulgação da pesquisa, Litaiff tem sido alvo de retaliações veladas, o que gerou alerta entre jornalistas, acadêmicos e organizações da sociedade civil. A suspeita de motivações políticas torna o caso ainda mais preocupante, principalmente em um momento em que o país enfrenta retrocessos no direito à livre manifestação e à produção crítica de conhecimento.
A trajetória de Paula, que inclui sua participação no documentário internacional “Bandidos na TV”, da Netflix, e a fundação da Revista Cenarium, evidencia seu compromisso com a verdade e com os direitos das populações amazônicas.
Diante da gravidade da situação, cresce o apelo para que instituições, entidades de classe e a própria sociedade civil se mantenham vigilantes, defendendo o direito de pesquisadores e jornalistas atuarem com liberdade e segurança. Proteger Paula Litaiff é proteger o direito de pensar, questionar e transformar.
A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é a mais antiga instituição de ensino superior do Brasil, fundada em 17 de janeiro de 1909 como Escola Universitária Livre de Manáos. Com sede em Manaus e campi em diversas cidades do interior do Estado, a UFAM é referência em ensino, pesquisa e extensão na Região Norte. Vinculada ao Ministério da Educação, a universidade oferece dezenas de cursos de graduação, pós-graduação e programas de pesquisa que valorizam a biodiversidade, as culturas amazônicas e o desenvolvimento sustentável. Reconhecida por seu papel histórico na formação de profissionais e na produção de conhecimento, a UFAM segue comprometida com a promoção da ciência, da inclusão social e da inovação para o fortalecimento da Amazônia.